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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Surpresa que traz esperança





Por Abelardo Bento e Leandro Sales – acadêmicos do 7º Período de Pedagogia da Unimontes


É quase inimaginável para algumas pessoas que conhecem o médio e alto curso do rio Vieira, mas essas são imagens de sua nascente. O rio, que atravessa a cidade de Montes Claros e deságua no rio Verde Grande, nasce a cerca de 7 km da cidade, região Sul do município. Apesar da aparência de suas águas no curso dentro da cidade, o rio exibe, em sua nascente e em áreas próximas a ela, belíssimas paisagens.
O rio Vieira, vítima da política desenvolvimentista que orientou o país na última metade do século XX e que até recentemente era desprovida da preocupação ambiental, recebe ao longo de seu curso vários tipos de detritos, desde esgotos domésticos até resíduos de atividades sanitárias desenvolvidas por órgãos do governo municipal e que, por isso mesmo, deveriam ter destinação adequada.
Nas últimas décadas cresceu a preocupação com a preservação ambiental, em especial, das áreas de nascentes e rios. Mas os rios localizados em regiões como a de Montes Claros ficaram muito tempo mais à mercê da degradação, pelo fato de essas áreas não serem consideradas de relevância para preservação. Disse Euclides da Cunha que o Cerrado “é a paragem formosíssima dos campos gerais, expandida em chapadões ondulantes”, e Nicolas Behr completou: “Nem tudo que é torto é errado. Veja as pernas do Garrincha e as árvores do Cerrado”.
O cerrado só recentemente conquistou a cúpula política no sentido de criminalizar sua destruição, embora as elites exploradoras ainda não tenham desistido de lutar pelo suposto direito de destruí-las. Como disse Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas, por aqui “é onde manda quem é forte. Deus mesmo, quando vier, que venha armado!” E não é de se surpreender que elas ainda consigam o que querem.
Mas o que essas imagens mostram é que ainda há tempo para cuidar do rio Vieira. Tempo para educar as gerações atuais e vindouras para preservar o que ainda resta dele e, quem sabe, recuperar aquilo que já se dá por perdido.

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