Bruna Luiza Nunes Garcia
Camila Senra Pinto
Durante uma manhã de sol em Montes Claros, saímos para realizar o estudo do meio (relacionado à Geografia) em uma fazenda próxima a cidade. O que, em um primeiro momento, não passava de uma atividade “fora dos muros” da universidade, se tornou uma atividade física muito prazerosa, em total envolvimento com a natureza.
Acostumados a ver o rio Vieira “poluído” pela ação do homem, seguimos cedo para apreciarmos a nascente desse rio tão importante. Logo que chegamos à fazenda (propriedade particular onde está localizada a nascente do rio Vieira) fomos recebidas pelos animais que ali residem. Primeiramente pelos animais domésticos, como os cães e o papagaio (que foram trazidos pelo homem para aquele lugar). Posterior e assim que todos chegaram, seguimos para a nascente, e ainda perto da sede da fazenda, vimos os cavalos, as galinhas e as galinhas-da-angola do proprietário do local.
Iniciamos, então, uma caminhada (trekking) longa e prazerosa rumo à nascente do rio. Estivemos em contato direto com natureza em todo o percurso. Primeiro caminhamos pela a estrada de terra, e ainda nela, ouvimos os sons das cigarras, da água corrente e dos pássaros.
Antes do primeiro encontro com o rio, nos surpreendemos com a companhia de uma aranha caranguejeira moradora da região, que caminhava tranquilamente pela estrada. A caranguejeira ou tarântula é uma aranha que se caracteriza por ter patas longas com duas garras na ponta, e corpo revestido de pelos. Segundo a Wikipédia, elas “habitam as regiões temperadas e tropicais das Américas, Ásia, África e Oriente Médio” e “apesar do tamanho e aspecto sinistro [...] não são perigosas para a espécie humana, uma vez que não produzem toxinas nocivas ao homem [...] uma de suas defesas são os pêlos urticantes de suas costas e abdômen, que irritam a pele do possível predador”.
Continuando a caminhada, encontramos outro morador, um sapo. Esse animal, da família dos anfíbios, se situa entre os peixes e os répteis. Vive parcialmente na água e parcialmente em terra – onde o encontramos. Pele úmida; dois pares de patas; esqueleto em grande parte ósseo; dois côndilos occipitais; fecundação geralmente externa; ovíparos; na maioria dos casos, os ovos desenvolvem-se na água: são algumas de suas características. Como esse morador se alimenta de caracóis, minhocas e os mais variados insetos, tivemos a certeza de que encontraríamos muitos insetos pela frente.
Não precisou de muito tempo, e nos encontramos com as formigas, também moradoras do local. Essas vivem em colônias altamente organizadas, nas quais há uma rígida divisão de trabalho. Sabe-se que as colônias compõem-se geralmente de uma rainha, operárias, ovos, larvas e pupas (formas intermediárias entre o estado larvar e o inseto adulto). Como são as operárias que trabalham buscando alimentos fora da colônia, foram elas que encontramos ao longo do caminho. Salientamos que esses “pequenos animais” vivem, sobretudo, em regiões quentes e úmidas.
Saímos da estrada de terra e nos entranhamos na trilha para o encontro da nascente do rio. Em alguns momentos, andamos as margens do rio e percebemos as “piabinhas” nadando. Tais peixes são típicos de água doce e são encontrados, mais especificamente, em corredeiras dos rios e riachos do nosso país. De acordo com a Wikipédia, “elas têm brânquias que se localizam atrás dos opérculos” e “como a maioria dos peixes, possuem escamas na pele e glândulas que produzem uma espécie de muco. Este muco facilita o deslizamento dos peixes na água e protege seu corpo contra a entrada de microorganismos”.
Em seguida, ao olhar para cima, percebemos a presença de borboletas. Lindas, voaram, por vários momentos, próximas a nós. Sabe-se que as borboletas vivem em regiões onde há plantas e flores, pois dependem estritamente delas para se alimentar, nos diferentes estágios de sua vida.
Encontramos, também, com a borboleta Morpho rhetenor, que é chamada popularmente de seda-azul, corcovado, azulão, capitão-de-mato ou taquarassu e é característica das florestas da América do Sul.
Esses momentos nos fizeram perceber que não estávamos sozinhos naquela caminhada. Os animais supracitados foram alguns dos que ali vivem, porém sabemos que ainda há milhares de outros moradores que “os nossos olhos” não puderam ver naquele momento, como as libélulas, os grilos, as lagartas, as moscas, as abelhas, as cigarras, as esperanças, os gafanhotos, as pererecas, as rãs.... Infelizmente, encontramos ainda, carrapatos, durante e depois do passeio...
Vale ressaltar que, apesar de todos esses animais serem considerados por muitos como inúteis por serem peçonhentos, são essenciais à vida no planeta e ao equilíbrio do mesmo. Dessa forma, devem ser protegidos e preservados, pois são comedores de insetos nocivos e, portanto, são considerados animais úteis. Visto que a fauna e a flora devem se manter equilibradas (numa relação de dependência e ajuste complexo) entre si, para que haja o equilíbrio ambiental para, assim, dar continuidade às espécies e manter o ecossistema ajustado.
Diante de tanta beleza e perfeição, chegamos à nascente do rio Vieira e a contemplamos conforme planejado. Apesar do cansaço físico (considerando uma hora e trinta minutos de uma caminhada leve e tranqüila), foi proveitoso o relaxamento mental proporcionado naquele ambiente.
A partir do exposto, salientamos que um dos objetivos da geografia foi concluído: estudar a relação recíproca entre o homem e o meio ambiente (homem-natureza). Ao nos deslocarmos para conhecer o local e realizar a atividade proposta houve a construção do conhecimento sobre o espaço em que vivemos, para o compreendermos, bem como, planejarmos melhor as nossas ações sobre ele. Entendemos que somos parte da natureza e, como tal, devemos respeitá-la e conservá-la, pois somos capazes de modificá-la, consideravelmente, através da tecnologia (que cada vez mais avança). Isso fica ainda mais claro quando vemos com “os nossos próprios olhos” como é o rio em sua nascente (onde ainda não sofreu grandes modificações pela ação do homem) e, principalmente, ao fazermos uma comparação com o que vem acontecendo ao mesmo com a ação do homem. Lá o ar e a água são mais puros e os “animais peçonhentos” vivem tranqüilos, sem atacar ninguém, se preocupando apenas com a sua própria sobrevivência.
Por isso, afirmamos que vivenciamos ao sair dos muros (de concreto) da academia, não só a importância do estudo do meio, mas também o respeito pelo meio ambiente.
REFERÊNCIAS:
COLEÇÃO Animais.
WIKIPÉDIA. A enciclopédia livre. Disponível em: . Acesso em: 25/11/2009.